sexta-feira, 27 de abril de 2012

Fórum de ONGs/AIDS de MG divulga carta pública


Documento analisa o momento vivido por Minas Gerais na luta contra a epidemia de HIV/AIDS. Confira!



Prezados,

O Fórum Minas de ONG AIDS vem denunciar a grave situação financeira das ONG AIDS de Minas Gerais e as dificuldades que o movimento nacional de luta contra a AIDS tem passado.   Foi graças à atuação da sociedade civil organizada que, em parceria com os governos, o Brasil tornou-se conhecido como o “melhor programa nacional de luta conta AIDS do mundo!”, cuja resposta evitou que a epidemia da AIDS se alastrasse e se mantivesse concentrada em nosso país. Entretanto, as mudanças das regras de financiamento e a redução drástica do repasse de recursos para o desenvolvimento de projetos nas ONG deixou órfãos dezenas de organizações e milhares de assistidos, tanto para a assistência aos cidadãos vivendo com HIV/AIDS, quanto para a prevenção entre os segmentos mais vulneráveis, cujo acesso aos insumos de prevenção é garantido basicamente pelo trabalho das ONG.   Um triste exemplo claro dessa situação está sendo vivido pelo GAPA-MG, Grupo de Apoio e Prevenção à AIDS. Com 25 anos de existência, a instituição se encontra em vias de encerrar suas atividades por dificuldade de sustentabilidade. Os recursos captados sequer garantem o pagamento do aluguel de sua tradicional sede na Rua Tamoios, em Belo Horizonte. O GAPA-MG foi a primeira ONG AIDS de Minas Gerais e a segunda do Brasil. Seu trabalho inspirou várias outras organizações de luta contra a AIDS, mas, diante da escassez de recursos, a falta de apoio e a redução do voluntariado, tem se tornado impossível a continuidade de suas atividades. Caso seja inevitável a interrupção das atividades do GAPA-MG, uma significativa parcela da população ficará desassistida, sobretudo no apoio jurídico oferecido pela ONG.  A situação hoje vivida pelo GAPA-MG atinge quase a totalidade das ONG do país e não se percebe nenhum movimento da gestão pública no sentido de buscar uma solução para o problema para além da abertura de custosos e burocráticos editais para apresentação de projetos, muitas vezes, essenciais para a manutenção de ações implementadas pela sociedade civil. Não obstante a importância e legitimidade desses mecanismos de acesso a recursos públicos para financiamento de programas desenvolvidos pelas ONG, a ausência de instrumentos legais e/ou técnicos para apoiar a infraestrutura dessas entidades na implementação de seus projetos, compromete não apenas o resultado final das ações propostas, mas, sobretudo, onera e inviabiliza a sua continuidade, como é o caso dos encargos trabalhistas dos técnicos contratados e demais custos não cobertos pelos financiamentos ofertados.

Se hoje a situação da AIDS no Brasil não é mais séria é porque cidadãos de bem arregaçaram as mangas, se organizaram e foram à luta para que o preservativo chegasse a quem precisava e as PVHA se conscientizassem da necessidade de aderirem à terapia ARV, trabalho esse desenvolvido pelas ONG dedicadas a informar, conscientizar e colaborar para garantir o cumprimento dos princípios de universalidade, equidade e integralidade preconizados pelo SUS.   Nesse sentido, as organizações de luta contra a AIDS pedem socorro e se colocam à disposição para juntos, governo e sociedade civil, buscarmos uma solução para o problema.  

Fórum Minas de ONG AIDS


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